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28/12/2016

Os 5 Iraquianos



Era um dia qualquer e eu estava caminhando pela cidade como de costume, estava cansado de um dia de trabalho e resolvi pegar um atalho, um caminho desconhecido que alguns amigos me disseram que me levaria para casa mais cedo, me senti caminhando num centro comercial, haviam lojas de todo tipo quando de repente um homem veio em minha direção como se me conhecesse, me deu um abraço e me entregou um papel, enquanto eu olhava o que estava escrito o homem foi embora

O papel dizia que eu teria que ajudar a encontrar 5 iraquianos, caso contrário minha vida viraria um inferno, achei que fosse uma brincadeira, amassei o papel e joguei no lixo de um bar, continuei caminhando como se nada tivesse acontecido até que fui parado por uma garotinha, ela me entregou um papel, estava escrito novamente que eu teria que encontrar 5 iraquianos

Eu já estava cheio daquela brincadeira e resolvi acelerar os passos, tempo depois uma senhora veio em minha direção com um papel na mão, desviei e saí correndo, ela gritou dizendo que eu não poderia fugir do meu destino, ignorei e continuei correndo até chegar numa rua deserta, nela tinha um banco onde sentei para descansar, o vento fresco aliviava o calor daquele dia, porém quando menos esperei o vento trouxe um papel que parou exatamente na minha frente, desta vez ninguém estava lá para brincar comigo, olhei para o papel e lá estava escrito que eu teria que encontrar os 5 iraquianos

Fiquei confuso por alguns minutos sem saber o que fazer, olhei para os lados na esperança de encontrar alguém que estivesse fazendo uma brincadeira comigo, mas não havia ninguém, o mais curioso é que o papel continuou na minha frente como se estivesse colado no chão, resolvi levantar e continuar caminhando para casa, foi quando vi um rapaz roubando uma bolsa de uma senhora, corri atrás dele e ele começou a falar árabe, na hora lembrei do papel e comecei a correr mais rápido, não sei se foi medo do destino ou curiosidade de saber o que iria acontecer quando capturasse o ladrão, ele tropeçou e pulei em cima dele, imediatamente o homem que havia me entregado o papel apareceu e agarrou o ladrão, me agradeceu por ter encontrado o primeiro iraquiano e levou o cara para outra rua, tentei seguir para perguntar o motivo de tudo aquilo, mas ambos haviam desaparecido. . .

Espantado com tudo o que havia acontecido, corri para casa, mas no caminho encontrei outro cara falando árabe ao celular, achei que fosse brincadeira e ignorei, mas duas quadras depois encontrei o mesmo cara, não entendi como ele foi parar lá já que não vi ele correr na minha frente, parei na frente dele e perguntei se ele sabia falar português, ele enfiou a mão dentro do casaco e tirou uma pistola, numa reação espontânea pulei no braço dele e impedi que ele atirasse na minha direção, caímos no chão e começamos a rolar para um lado e para o outro, de repente senti alguém tocar no meu ombro, era o homem do papel que misteriosamente apareceu para levar o iraquiano, desta vez acompanhei bem de perto para saber onde eles iriam, eles entraram numa viela há 1 metro de distância de mim, 2 segundos depois entrei na mesma viela e eles haviam desaparecido. . .

Passei a acreditar que tudo não era real, que estava num sonho lúcido, mas meu telefone tocou, era minha esposa perguntando quando eu iria chegar pois ela havia preparado uma lasanha e não queria que esfriasse, eu disse que chegaria logo e desliguei o telefone

Continuei caminhando pela viela na esperança de encontrar os 2 homens, mas foi inútil, sentei para descansar e novamente o vento trouxe um papel me alertando que faltavam 3 iraquianos, passei a acreditar que tudo estava destinado a acontecer, então meu foco deixou de ser a minha casa, comecei a procurar os outros iraquianos para chegar logo em meu lar e descansar em paz, foi quando tudo começou a ficar complicado, uma multidão corria em minha direção, não entendi o que acontecia até ver uma fumaça preta e algumas pessoas no chão, uma bomba havia explodido em meio a multidão, na hora pensei que algum iraquiano tivesse cometido um ataque terrorista, olhei para o lado e vi o homem do papel olhando para mim com cara feia, ele apontou o dedo na minha direção e depois passou o dedo em seu pescoço como se estivesse me ameaçando de morte, me aproximei dele para dizer que não tive culpa, mas ele havia desaparecido

Minha vontade de caçar os iraquianos foi embora e comecei a correr para casa, carros da polícia começaram a vir na minha direção e a criança do papel apontou o dedo pra mim e disse para os policiais que eu havia explodido a bomba, comecei a gritar dizendo que era mentira, mas a polícia não deu ouvidos, vieram com tudo na minha direção e comecei a correr desesperado, no caminho havia uma árvore e em cima o homem do papel olhando pra minha cara e dando risada, perguntei o porquê de tudo aquilo e ele disse que eu teria que sacrificar alguma criança para compensar o iraquiano que deixei de capturar, quando ele disse isso tropecei numa pedra e olhei para a árvore novamente, o homem não estava mais lá. . .

Tive certeza que aquilo era um pesadelo e lembrei que a forma mais eficiente de sair de um pesadelo era pulando de um lugar alto, antes de atingir o chão eu acordaria. Logo à frente encontrei a porta de um prédio aberta, entrei e fui até o primeiro andar, abri a janela e esperei a polícia passar, quando não havia ninguém na rua pulei sem pensar duas vezes, mas para minha decepção não acordei antes de atingir o chão, machuquei o joelho com a queda, isto foi péssimo pois além de procurar os iraquianos precisava fugir da polícia

Continuei andando com a perna sangrando e encontrei um homem agachado mexendo numa bolsa, com medo de ser um terrorista peguei uma barra de ferro e sem ele perceber dei uma pancada forte em sua cabeça, olhei para a bolsa e tinha uma bomba prestes a explodir, comecei a gritar para as pessoas se afastar, isto facilitou para a polícia me encontrar com a bolsa de explosivos na mão, aquilo gelou meu coração, gritei que um iraquiano estava tentando explodir a bomba e apontei minha mão, mas ele não estava mais no chão, o homem do papel já havia aparecido e levado ele dali, coloquei a bolsa no chão e tentei correr, a senhora do papel apareceu para me socorrer, ela estava com um carro antigo, entrei pela janela enquanto ela acelerava, a polícia veio atrás durante um tempo, mas tudo se acalmou quando num parque ela parou, lá estava outro iraquiano preparando explosivos, desci do carro com o ferro na mão

O iraquiano me viu chegar perto e ameaçou explodir as bombas se eu não parasse, tinha bomba suficiente para explodir um prédio, meu tempo estava acabando, ou eu matava o iraquiano ou a polícia me prendia, num momento de descuido corri e pulei em cima dele, começamos a rolar pelo chão enquanto o homem do papel chegava perto, mais um iraquiano capturado, desta vez nem tentei acompanhar, sabia que a qualquer momento eles desapareceriam, mas antes de partir o homem do papel me lembrou do sacrifício, eu teria que escolher sacrificar a criança ou sofrer uma perda irreparável

Fiquei com medo naquele momento, não entendi o que de fato iria acontecer, mas continuei minha procura pelo último iraquiano, foi quando meu celular vibrou, era minha esposa dizendo que saiu com nossa filha para comprar refrigerante no mercado e que em breve voltaria, aquela mensagem de texto me deu um choque de realidade, eu precisava voltar para minha família, mas estava feliz em saber que ela estava bem

Saindo do parque encontrei um grupo de pessoas observando algo, a polícia estava lá, havia uma criança chorando próximo de um homem encapuzado e agarrando uma mulher, não consegui enxergar direito, mas tinha certeza que era o último iraquiano, o problema é que se eu chegasse mais perto a polícia iria me prender antes deu pegar o desgraçado, outro problema era a criança que talvez fosse o sacrifício exigido pelo homem do papel, caso contrário ela não estaria ali, não tive escolha, fui me aproximando e percebi que aquela criança era minha filha e o iraquiano estava segurando minha mulher, ele estava com uma faca apontada para o pescoço dela já sangrando

A polícia me viu chegar mais perto e apontou armas em minha direção, disseram que se eu desse mais um passo iriam me matar, na hora percebi que o iraquiano estava com o corpo enrolado numa bomba relógio e minha filha também, faltava 1 minuto para explodir, a explosão seria grande o suficiente para matar minha família, o desespero começou a tomar conta de mi, eu não podia deixar a tragédia acontecer, mas se eu morresse tudo estaria acabado

Se o destino realmente existe, tinha que haver um modo de mudá-lo, eu não podia sacrificar minha filha para salvar minha esposa, mas se não fizesse isto minha esposa morreria. O homem do papel me observava de longe aguardando qual seria minha reação, quem eu salvaria. Aquilo não fazia o menor sentido pra mi, se meu destino era fazer esta escolha, significa que eu não conseguiria parar o iraquiano que explodiu a bomba, se eu não conseguiria pará-lo então minha missão de capturar os 5 a tempo estava destinada a falhar

Resolvi deixar o destino de lado e agi por instinto, mandei minha filha correr em minha direção, assim a polícia não poderia atirar, tirei a bomba do corpo dela e joguei longe, corri em direção ao terrorista, eu sabia que um toque nele seria o suficiente para o homem do papel aparecer e encerrar o serviço, mas quando cheguei perto ele começou a cortar a garganta da minha esposa, a polícia imediatamente começou a atirar em direção ao iraquiano, ele caiu morto, minha esposa foi ferida com um tiro, faltava 20 segundos para a bomba explodir, encostei a ponta do dedo no iraquiano, o homem do papel apareceu e levou ele para a multidão, ambos desapareceram e não houve explosão, mas minha esposa estava no chão quase morta, perdeu muito sangue e eu não podia fazer nada

Hoje fazem 5 anos que tudo aconteceu, nossa filha está bem, é a cara da mãe, talvez uma obra do destino para me fazer lembrar de minha esposa que não está mais conosco, o mesmo destino que arrancou ela da gente, ou talvez, tenha sido eu o responsável por tudo isto, mas se pensar bem, se eu não tivesse ouvido a recomendação dos meus amigos de pegar um atalho, nada teria acontecido e eu não estaria falando de destino, ou talvez algo pior tivesse acontecido para levá-la de mi

Será que o destino realmente existe? Será que existe hora para morrer? Seria possível escolher quem irá morrer no lugar de alguém? Seria possível enganar a morte?

Essas são perguntas que não sei a resposta, mas uma coisa é certa, se você ver um homem de preto com um papel na mão vindo em sua direção, corra antes que seja tarde demais. . .





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